O JOGO DA DISCÓRDIA NO BBB DA VIDA

Segundo ao Dicionário On-Line de Português: “discórdia consiste na falta de um acordo, de um entendimento, com desavença e com cizânia. Tendência, inclinação para a guerra entre aqueles que estão em desavença”. São sinônimos de discórdia: malquerença, discrepância, o desacordo, a briga, a divergência, a intriga e a luta.

No BBB21 de 01 de março, segundo o apresentador Tiago Leifert trouxe o tradicional “Jogo da Discórdia”. E disse em tom irônico e bem sarcástico: “- Cheguei! Com uma mensagem de harmonia, amor e união”. Cada “brother”, vai brincar duas vezes. As críticas foram colocadas em um quadro branco na forma de RÓTULOS como: tóxico, fraco, hipócrita, leva e traz, inútil, pipoqueiro, e duas caras, entre outros. E cada participante vai escolher um “rótulo” e colar na testa do seu jogador. Em seguida explicar porque assim o rotulou. Uma espécie de D.R. (discutir relação) de casal, ou de um jeito maneiro de se “lavar roupa suja” em casa... O bom da dinâmica é que possibilita seu oponente poder se defender. E depois, até devolver o “rótulo” ao rotulador.

Por outro lado, na realidade o “jogo da discórdia” é mais danoso, malévolo, nocivo, mal e fatal. A fofoqueira conta com a ausência do “rotulado” e assim se torna ainda mais petulante. Como nos fala o ditado popular: “toda a ausência é atrevida” e insolente, sem-cerimônia e ousada. Na nossa vida real “o jogo da discórdia” pulou da janela da “língua de trapo” e foi para a telinha do computador, do smartfone e do celular. A “internet” é uma gruta, o maior esconderijo de covardes: um berço de “rotuladores” e o cemitério de nossa boa fama. No cotidiano os “rótulos” são mais feios, repulsivos e horrendos: seu veado, pé de bolo, sua piranha, seu jumento, burro, baleia, seu chimpanzé, fogão, perninha, maluco, muriqui chumbada, cunhão, pé torto, além de cãozinho, cabelo de pentelho de macaco, entre outros apelidos insanos.

Vivemos em meio de um permanente “jogo da discórdia”, desde a nossa infância. Segundo o Dr. Lair Ribeiro: “para cada elogio que nossa criança recebe, em contrapartida, ganha nove “rótulos” depreciativos”. Seja na família entre os irmãos, ou na escola entre os colegas e até nas igrejas sofrem “bullying”! As pessoas nos conhecem não pelo nome, mas por apelidos. A falta de empatia é uma patente registrada do brasileiro. Literalmente, convivemos em um ambiente muito “tóxico”. E isso nos traz consequências danosas como nossa baixa autoestima, ausência de amor-próprio e autoconfiança. O engraçado é que enquanto os seres humanos brincam do “jogo da discórdia”, em que “rotulam”, julgam e condenam uns aos outros. O universo nos escala em outra ótima brincadeira: “o feitiço virou contra o feiticeiro”. Ou seja, aquilo que emanamos aos demais, retorna para nós, (Lei da Ação e da Reação) como nos ensinou Jesus: “com a medida com que medis os outros, com a mesma serás medido”. Os humanos são mestres na arte de atirar pedras nos outros, porém, se esquecem de que têm um telhado de vidro. Amam zombar das fraquezas alheias, porém, se vitimizam, se fingem de coitadinhos, de injustiçados, quando o universo lhes jogar as tempestades que emanaram com seus ventos para os outros!